– Independentemente das razões que levam estes profissionais a fazerem greves, uma situação há que ter em atenção: e os pacientes que dependem desta gente? Arrumam-se na prateleira? Entregues ao deus dará? Escolham outra profissão que não coloque em perigo a vida das pessoas! O Hipócrates deve andar à volta na tumba!
GREVES // ⚕️MÉDICOS // ⚕️FARMACÊUTICOS
Protesto dos farmacêuticos inclui duas paralisações em 5 e 12 de Setembro por distritos. Médicos de família iniciam greve de um mês.
Os médicos de família e os farmacêuticos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) iniciam esta segunda-feira novas greves para exigir ao Ministério da Saúde avanços nas negociações sobre a valorização das carreiras e das grelhas salariais.
Convocado pelo Sindicato Nacional dos Farmacêuticos (SNF), o protesto destes profissionais de saúde arranca esta segunda-feira com uma greve nacional e inclui duas paralisações em 05 e 12 de Setembro por distritos, que culminarão com uma nova greve em todo o país marcada para 19 desse mês.
O sindicato, que lamenta que o Ministério da Saúde “continue em silêncio e sem manifestar qualquer intenção de iniciar um processo negocial sério”, convocou para as 10:30 desta segunda-feira uma concentração de farmacêuticos junto ao Palácio de São Bento, residência oficial do primeiro-ministro.
Entre as reivindicações do SNF consta a actualização das grelhas salariais, a contagem integral do tempo de serviço para a promoção e progressão na carreira, a adequação do número de farmacêuticos às necessidades do serviço público e o reconhecimento por parte do Ministério da Saúde do título de especialista.
Também esta segunda-feira tem início a greve de um mês ao trabalho extraordinário dos médicos de família, convocada pelo Sindicato Independente dos Médicos, que admite que esse protesto vai afectar dezenas de milhares de consultas nos centros de saúde.
Esta paralisação insere-se num conjunto de greves que o SIM anunciou recentemente para protestar contra a ausência de propostas concretas do Governo nas negociações sobre as grelhas salariais e a valorização da carreira que decorrem desde 2022 sem acordo.
Além desta paralisação às horas extraordinárias, o sindicato marcou uma outra greve dos médicos de âmbito nacional, que vai decorrer entre terça e quinta-feira.
– Vamos lá por partes porque, como cidadão eleitor deste Portugal dos (muitos) Pequeninos, tenho direito à palavra, alicerçado no ateísmo partidário (e religioso). Não aprecio a actual governança de António Costa pelo facto de, como contribuinte com baixos recursos remuneratórios (leia-se pensão de reforma), estar a ser roubado indecentemente desde que minha esposa faleceu, no tocante ao pagamento do famigerado imposto do IRS. Não se encontra qualquer tipo de argumentação válida, quando um casal perde um dos conjugues e perde um rendimento, ficar a pagar o DOBRO de IRS quando eram dois elementos activos. Desde há seis anos que os subsídios de férias e de natal são completamente ABSORVIDOS pelo pagamento do IRS e já nem chegam. Ora, como pode alguém, no seu perfeito juízo, apreciar um governo que crucifica quem menos tem, favorecendo os que mais têm? Quanto ao sr. Marcelo, nunca tive qualquer tipo de simpatia por este político de direita que fez a sua campanha para PR durante os anos em que foi comentador da TV sem se chatear muito quando chegou a eleição respectiva. Agora, a sua actuação como PR deixa muito a desejar porque a moral dele é de um nível muito baixo quando assiduamente profere ameaças veladas e/ou bem posicionadas, sobre o que o governo deve ou não fazer, fazendo coro com o seu partido político. No fundo, esteve bem António Costa quando decidiu – nem que fosse por birra – que o Galamba ficasse no governo. Se Marcelo não gostou, paciência! Andar a ameaçar com eleições antecipadas e como o governo deve governar, isso não! Marcelo faz coro não só com os elementos do seu partido PPD, como com todos aqueles parlamentares que continua e repetidamente pedem eleições antecipadas, inclusive os reaccionários cronistas e afins, dos pasquins da comunicação social. Como diz o ditado: cada macaco no seu galho!
🇵🇹 PORTUGAL // GOVERNO // PR // GUERRA ABERTA
Marcelo queria o afastamento de Galamba e emitiu uma nota inédita onde discorda da decisão de Costa de segurar o Ministro. No PS e no Governo, diz-se que o primeiro-ministro está farto das ameaças de Belém.
Manuel de Almeida / Lusa O primeiro-ministro, António Costa, acompanhado pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa
É um clima de guerra aberta entre António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa. Depois de ser noticiado o apoio do Presidente da República ao afastamento de João Galamba do Governo e de Marcelo ter recebido Costa em Belém para debater o assunto, o próprio Ministro das Infra-estruturas mostrou-se disposto a sair “em prol da necessária tranquilidade institucional”.
A surpresa surgiu quando António Costa decidiu não aceitar o pedido de demissão de Galamba, assumindo assim publicamente um choque com Marcelo.
“Trata-se de um gesto nobre que eu respeito, mas que em consciência não posso aceitar”, referiu o primeiro-ministro, que entende que Galamba não é culpado na polémica em torno das agressões e do roubo do computador por parte do seu ex-adjunto, Frederico Pinheiro.
“Seria seguramente mais fácil aceitar este pedido de demissão e fazer o que dizem os comentadores, mas entre a facilidade e a minha consciência, dou primazia à minha consciência”, disse ainda o chefe do Governo, recusando “entrar na dança com o populismo” e admitindo que “provavelmente, desta vez todos vão discordar de mim”.
Apesar de já ter várias vezes dado pistas em público da sua opinião sobre os vários escândalos que têm assolado o Governo — e de até ter deixado algumas ameaças veladas de que pode dissolver a Assembleia da República caso Costa não arrume a casa —, desta feita, Marcelo Rebelo de Sousa deixou bem clara a sua discordância com um comunicado inédito onde lamenta não poder demitir um membro do Governo.
“O Presidente da República, que não pode exonerar um membro do Governo sem ser por proposta do primeiro-ministro, discorda da posição deste quanto à leitura política dos factos e quanto à percepção deles resultante por parte dos portugueses, no que respeita ao prestígio das instituições que os regem”, lê-se na nota de Belém.
Já esta quarta-feira, António Costa comentou a polémica à margem de uma visita ao grupo Casais, no âmbito da iniciativa “Governo Mais Próximo”. O primeiro-ministro garante que não teme receber um telefonema de Marcelo e que “é sempre um gosto” falar com o chefe de Estado.
“A vida política é muito menos ficção do que normalmente julgam. Cada dia é um dia. O queficou decidido ontem está decidido. Ontem foi ontem, hoje é um novo dia e está tão bonito”, frisa.
“Já chega de ameaças”
Depois de terem tido uma relação cordial durante os mandatos da “geringonça”, o ambiente entre Belém e São Bento tem sido bem mais tenso no Governo maioritário do PS. Esta mudança na relação ficou logo evidente quando Marcelo se mostrou irritado por ter sabido do elenco do novo Governo através da comunicação social.
Na cerimónia de tomada de posse do Governo, o Presidente voltou a deixar recados a Costa, respondendo aos rumores de que o primeiro-ministro poderia sair a meio da legislatura para assumir um cargo em Bruxelas, dizendo que “a cara vencedora não deve ser substituída a meio do caminho“.
Desde então, têm sido várias as picardias, desde o anúncio da data da visita de António Costa à Ucrânia, o conflito sobre quem é que tem de responder ao inquérito de 36 perguntas feito aos membros do executivo, trocas de culpas sobre os atrasos na execução da “bazuca” e sucessivos pedidos de esclarecimento e críticas de Marcelo às polémicas e demissões que têm abalado a maioria socialista “requentada” e “cansada”, nas suas próprias palavras.
Fala-se agora até de uma recusa de Marcelo em fazer visitas oficiais com Costa, com o Presidente a assumir uma postura mais dura com o Governo.
Há um ano, uma fonte de Belém falava numa “guerra localizada” que “nunca se vai tornar numa guerra global”, mas, por estes dias, a tensão é cada vez mais latente.
De acordo com uma fonte do Governo ouvida pelo Expresso, António Costa “meteu o PR no bolso e ainda lhe deu uma lição de coragem e democracia“.
Uma outra fonte socialista acredita ainda que este choque assumido com Belém teve pouco a ver com Galamba e serviu mais como uma demonstração de força de Costa. “Quis libertar-se do PR e dizer ‘já chega de ameaças’”, afirma a fonte.
O Expresso lembra ainda que Costa já informou Marcelo de que está disposto a recandidatar-se caso o chefe de Estado dissolva a Assembleia.
No entender do primeiro-ministro, nada de significativo mudou no panorama político no último ano, pelo que os protagonistas seriam os mesmos na eventualidade de haver eleições legislativas antecipadas.
Ou seja, Costa não se quer submeter às ameaças de Marcelo e decidiu segurar o seu ministro mais fragilizado e evitar uma segunda demissão em cinco meses no mesmo Ministério, para evitar mergulhar o seu Governo no “pântano”.
Costa quer uma “vitimização”
Os partidos já foram reagindo à crise política ao longo da noite de ontem. Luís Montenegro ainda vai fazer hoje uma declaração mais elaborada sobre o caso, mas o PSD já emitiu um comunicado onde considera que a decisão de Costa “mostra que o Governo está de costas voltadas para o país e para as instituições”.
Do lado do Chega, André Ventura fala mesmo num “confronto institucional” entre o Governo e o Presidente e acusa o primeiro-ministro de tentar uma “vitimização” em busca de legislativas antecipadas.
Já Rui Rocha, da Iniciativa Liberal, acredita que houve uma “humilhação pública” ao Presidente da República, que deve agora usar os poderes previstos na Constituição.
À esquerda, Catarina Martins também criticou a “declaração solene” de Costa “sobre o que foi uma coboiada” no Ministério das Infra-estruturas. A líder bloquista acusa ainda o ex-parceiro da geringonça de não garantir a “estabilidade” que prometeu com o seu Governo maioritário.
A líder parlamentar do PCP, Paula Santos, preferiu desvalorizar a polémica, afirmando que o país tem outras prioridades e que o Governo se deve focar em políticas de apoio aos trabalhadores.
Já Rui Tavares, do Livre, fala numa “falta de liderança” de António Costa, mas afasta afastou a ideia de que o Parlamento deve ser dissolvido. Inês Sousa Real, do PAN, também prefere uma remodelação do elenco governativo a uma ida às urnas antecipada.