“É mais importante saber se estão a ser tomadas medidas para evitar situações idênticas”

 

⚕️ SAÚDE PÚBLICA // 🇨🇳☭ CHINA // 🦠COVID-19

O director-geral da OMS lançou outro apelo à China para que permita a entrada no país de nova equipa de cientistas para investigarem a origem do vírus.

O que poderá significar esta atitude? O infecciologista António Silva Graça assume ao DN não perceber o interesse deste apelo tanto tempo depois. E defende: “É mais importante a vigilância do trabalho em laboratório com alguns vírus”.

Só no início de Setembro é que a China deixou de pedir teste negativo à covid-19 à entrada no país.

Mais de três anos e meio depois de o vírus SARS-CoV-2, detectado pela primeira vez na província de Wuhan, na China, ter invadido o resto do mundo, há uma questão que continua em aberto: qual a sua origem?

É verdade que, em 2021, a China permitiu a entrada no país de uma equipa de cientistas indicada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para que, juntamente com cientistas locais, investigassem a origem do novo coronavírus, mas até agora não há uma certeza.

Na altura, esta equipa da OMS tornou público não ter tido “acesso total” à informação, mas produziu conclusões, considerando não haver evidências que provassem que a origem estaria “na fuga de um laboratório” na cidade onde este tipo de vírus estava a ser estudado, privilegiando antes a hipótese de este coronavírus ter sido transmitido aos seres humanos por um animal que actuou como intermediário entre o morcego e os seres humanos, possivelmente num mercado da cidade chinesa.

Tempos depois da divulgação destas conclusões, o director-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, veio declarar que “todas as hipóteses continuavam em cima da mesa”.

O assunto parecia estar esquecido, até porque a evolução da doença está mais controlada com a existência das vacinas e porque a própria OMS considerou estarem reunidas as condições para que se decretasse com segurança o fim da pandemia, mas novas declarações do director-geral da organização, neste fim-de-semana, numa entrevista ao Financial Times, voltaram a surpreender.

“Estamos a pressionar a China para que forneça acesso total [à informação] e estamos a pedir aos países que abordem o assunto nas suas reuniões bilaterais [para encorajar Pequim a cooperar]”, afirmou.

O que terá levado a OMS a voltar ao assunto, ao fim de tanto tempo? Tedros Adhanom explicou que tal aconteceu porque, até à data, “a comunidade internacional não conseguiu determinar com certeza a origem da covid-19” e, além disso, a OMS não irá desistir dessa investigação.

Na entrevista explicava que “a OMS já pediu à China, por escrito, que forneça informações e estamos prontos a enviar uma equipa, se nos autorizarem a fazê-lo”. Insistindo: “Pedimos à China que seja transparente na partilha de dados, que efectue as investigações necessárias e que partilhe os resultados”.

É difícil encontrar explicação para o regresso ao tema

Para o infecciologista português António Silva Graça, que tem acompanhado e estudado a evolução do SARS-CoV-2 e da covid-19, “é difícil encontrar uma explicação para se estar agora, depois de tanto tempo, a insistir num tema que já foi tratado previamente”.

A não ser que haja “outras razões que não sanitárias por detrás neste momento”, porque, explica, tendo em conta a situação actual, “parece-me mais importante criar condições para que se possa fazer vigilância e um controlo rigoroso sobre o trabalho que é feito em laboratório com agentes biológicos críticos.

Este controlo não se faz e deveria ser feito por entidades competentes, como a OMS”.

Silva Graça sublinha que, “independentemente da causa que esteve na origem da pandemia, é importante agora que se tomem medidas para haver uma maior vigilância e controlo em relação a alguma situações”.

“Por exemplo, sabemos que alguns países têm hábitos culturais de consumo de animais que podem ser transmissores de vírus.

O que estão estes países a fazer do ponto de vista da vigilância na cadeia alimentar para evitar que este tipo de situação volte a acontecer no futuro? A minha preocupação é esta, não tanto saber a origem do vírus”, diz.

António Silva Graça defende que trabalho em laboratório com alguns tipos de vírus deveria ser mais vigiado pela OMS.

Para o infecciologista “é imprescindível que se pense, efectivamente, nas medidas que possam evitar o tratamento deste tipo de vírus a nível laboratorial sem controlo por parte da OMS”. Isto, por um lado.

Por outro, “é imprescindível que se tomem medidas do ponto de vista do comércio de animais e sobre a proximidade destes com as pessoas nos mercados – porque sabemos que há um risco grande de fazerem parte da cadeia de transmissão -, para se evitar que um vírus do grupo dos coronavírus possa dar o salto para a espécie humana”.

Mais de 700 milhões de infecções e quase 7 milhões de mortes

O médico reforça mesmo que a sua grande preocupação “é se estão ou não a ser criadas as condições para impedir que outros vírus possam levar-nos a uma situação semelhante”.

Recorde-se que o SARS-CoV-2, e de acordo com dados da própria OMS, provocou desde o início da pandemia mais de 770 milhões de infecções no mundo e quase sete milhões de mortes, mas há duas semanas o director-geral da OMS alertou novamente para mais um aumento de casos na Europa.

“As hospitalizações e as mortes por covid-19 estão a aumentar na Ásia Oriental e no Médio Oriente, assim como as hospitalizações na Europa, o que mostra que a covid-19 está a aumentar”, frisou, lamentando que, nesta altura, “só 43 países continuam a reportar as mortes [por covid-19] e apenas 20 dão dados de hospitalizações”.

O infecciologista português concorda que os dados agora recolhidos pelas autoridades são apenas indicativos, “não têm o valor que já tiveram no passado”, precisamente porque hoje em dia muitas pessoas já não fazem testes de diagnósticos nas farmácias ou nos laboratórios para que os resultados possam ficar registados no sistema informático.

Mas, na análise que faz aos dados divulgados pela DGS, diz que se pode verificar que Portugal também registou um aumento de casos, quando se compara os meses de Julho e de Agosto e o número de óbitos.

“O número de casos em Agosto foi sensivelmente o dobro dos que foram registados em Julho, e convém sublinhar que não estamos no inverno. Pelo contrário, tivemos uma onda de calor. Ou seja, as condições eram pouco propícias para os vírus respiratórios, mas, mesmo assim, houve uma duplicação”.

As autoridades chegaram a apontar a Jornada Mundial da Juventude em Lisboa, que reuniu mais de um milhão de pessoas, e os festivais de verão com razões para tal, mas a verdade, alerta o médico, é “que o aumento de casos não cessou nas semanas imediatas a estes eventos.

O que se verificou foi que esse aumento foi secundado por mais transmissão, mais pessoas infectadas”.

Em parte, refere, porque a população também deixou de ter noção de quando corre riscos maiores, esquecendo medidas de protecção. “É claro que a vacinação dá protecção para formas graves da doença, mas continua a permitir a transmissão”.

Portanto, diz, “a vacinação deve ser dada aos mais vulneráveis, quer por razões clínicas quer por faixas etárias, mas não me parece aconselhável que este reforço seja feito de forma generalizada.

Devemos estar atentos e, se quisermos reduzir o número de casos, voltar a relembrar as medidas que devem ser tomadas para evitar a transmissão.

É neste aspecto que me parece que está a faltar alguma iniciativa da parte da Direcção-Geral da Saúde. É preciso relembrar à população as medidas que evitam a transmissão”.

Na opinião de Silva Graça, “as pessoas já esqueceram as medidas que as protegem a elas próprias e aos outros”, sublinhando ser preciso saber quando usar uma máscara e até o gesto de etiqueta respiratória quando espirramos.

“Falamos da vacinação, mas temos descurado a recomendação das medidas de protecção”, afirma.

Os Números da covid-19

770.563.467 – De acordo com a actualização feita pela OMS, a 13 de Setembro, o SARS-CoV-2 já tinha provocado quase 800 milhões de infecções em todo o mundo.

Sendo que nos sete dias anteriores, havia registo de mais 17.576 novos casos. Quanto a óbitos, há quase sete milhões (6.957.216).

5.610.180 – Os dados da OMS indicam ainda que em Portugal já se contabiliza mais 5,6 milhões de infecções e 27.247 mortes.

Nos últimos 15 dias, o número de casos registou alguma variabilidade, oscilando entre os 203, nesta segunda-feira, e os 922, a 28 de Agosto.

Passou-se o mesmo com o número de óbitos que oscilou entre os 4 e os 15 neste período.

DN
Ana Mafalda Inácio
20 Setembro 2023 — 00:32


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99: Ucrânia: Rússia dá explicações à China sobre danos no consulado chinês em Odessa

 

🇷🇺MOSCÓVIA // 🇨🇳☭ CHINA // 🇺🇦🔱UCRÂNIA // ODESSA // 💥 BOMBARDEAMENTOS

Moscovo, 21 jul 2023 (Lusa) – A Rússia deu hoje explicações à China pelos danos provocados no Consulado Geral chinês em Odessa na sequência de um ataque russo na quarta-feira contra a infra-estrutura da cidade portuária do sul da Ucrânia, informou o Ministério dos Negócios Estrangeiros.

MAXIM SHIPENKOV/EPA © Fornecido por Lusa

“Em relação à informação sobre os danos registados no Consulado geral da China em Odessa em 20 de Julho, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia forneceu à embaixada da China em Moscovo as explicações necessárias sobre o decurso da operação militar especial” na Ucrânia, assinalou a diplomacia em comunicado.

O MNE russo indicou à embaixada chinesa que “todos os canais de comunicação funcionam sem problemas” entre a Rússia e a China e que foi decidido “prosseguir a estreita cooperação entre Moscovo e Pequim”.

O ataque russo danificou a infra-estrutura portuária de Odessa e diversos edifícios oficiais e habitações, para além do Consulado Geral da China.

A Rússia afirmou que bombardeou em Odessa locais de produção e armazenamento de ‘drones’ navais em “represália” pelo ataque de segunda-feira contra a ponte de Kerch, que estabelece a ligação entre a Rússia continental e a Crimeia, território ucraniano anexado em 2014.

As autoridades ucranianas denunciaram, na quinta-feira, que o consulado chinês na cidade sofreu danos na sequência de um ataque russo com mísseis e veículos aéreos não tripulados (‘drones’).

Hoje, o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês afirmou que não se registaram “vítimas” na sequência “das explosões” nas imediações do consulado do país em Odessa que “tinha sido evacuado há algum tempo”.

Em comunicado, Pequim indicou que a onda de choque “despedaçou parte das paredes e janelas” do consulado. A mesma nota referiu que há “informações” que apontam para o Exército russo como responsável.

As autoridades de Pequim informaram hoje que o vice-ministro chinês do Comércio, Ling Ji, disse ao seu homólogo ucraniano, Taras Kachka, que a China quer aumentar as suas importações da Ucrânia.

Nesta que é a primeira visita de alto nível de uma autoridade ucraniana a Pequim, desde o início da invasão russa, Ling transmitiu a mensagem de que Pequim quer “trabalhar com Kiev para desenvolver activamente a cooperação económica e comercial bilateral”, bem como “promover a parceria estratégica entre os dois países”.

Da mesma forma, as negociações também acontecem depois de a Rússia ter abandonado, na segunda-feira, o acordo pelo qual se havia comprometido a não atacar navios que exportam cereais ucranianos pelo Mar Negro.

Desde essa altura, a Rússia tem intensificado os ataques a infra-estruturas ucranianas, nomeadamente no porto de Odessa, localizado na costa do Mar Negro.

Pequim recusou condenar a invasão da Ucrânia em fóruns internacionais, mas assegurou que não fornecerá armas para nenhum dos lados da guerra.

A ofensiva militar russa em curso no território ucraniano, lançada a 24 de Fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Os aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido armas a Kiev e aprovado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.

PCR (RJP/JPI) // PDF
Lusa
MSN Notícias
Pedro Caldeira Rodrigues
21.07.2023



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19: China é o quarto maior investidor em Portugal e quer enviar um milhão de turistas por ano

 

– Portugal, de país colonizador passa a país colonizado…

🇨🇳 CHINA // 🇵🇹 PORTUGAL // VISITAS //
🚌 TURISMO

Vice-presidente chinês chega este domingo a Lisboa para avaliar relação entre os dois países. Deve ficar satisfeito com o que vai ver, mas vai querer mais. Visita dura quatro dias.

Antes de Lisboa, Han Zheng (ao centro), vice-presidente da China, foi a Londres para a coroação do Rei Carlos III. 5 de maio de 2023.
© Jacob King / AFP

A China é, há vários anos, o quarto maior investidor directo estrangeiro em Portugal, detendo uma posição global avaliada em 11,2 mil milhões de euros no final de 2022, segundo o Banco de Portugal (BdP).

O gigante asiático, a segunda maior economia do mundo a seguir aos Estados Unidos, é ainda o quarto maior vendedor de mercadorias a Portugal, tendo ultrapassado os Países Baixos no ano passado neste ranking. E quer ganhar peso nas exportações.

O turismo vai ser uma das grandes alavancas num plano que tenciona chegar a “um milhão de turistas” chineses por ano dentro de quatro anos, segundo a Associação do Turismo Chinês em Portugal, que reuniu há menos de um mês com o secretário de Estado do Turismo, Nuno Fazenda.

O vice-presidente da República Popular da China, Han Zheng, chega hoje (domingo, 7 de maio) a Portugal para uma visita de quatro dias.

Na agenda estará, claro, o aprofundamento das relações económicas entre os dois países que, sendo de facto profundas, foram afectadas nos últimos anos por dificuldades maiores. A ideia é mais do que superar estes contratempos.

Primeiro, a pandemia, que travou as economias e a expansão do comércio. Depois, mais recentemente, em 2022, pela guerra da Rússia contra a Ucrânia.

A China é um aliado histórico da Rússia e tem sido muito criticada por não ter tido uma posição mais crítica em relação ao Kremlin. Mas até este ambiente parece estar a desanuviar um pouco.

Recentemente, a presidente da Comissão Europeia (CE), Ursula von der Leyen, foi à China, encontrou-se com o Presidente do país, Xi Jinping. Com ela foi o Presidente francês Emmanuel Macron. E vieram de lá mais animados.

Bruxelas e Paris vieram mais animadas

Na sequência desse encontro, Von der Leyen avançou com o que parece ser um género de recomeço da relação bilateral com a Europa.

“Não queremos cortar os laços económicos, sociais, políticos e científicos. Temos muitos laços fortes e a China é um parceiro comercial vital – o nosso comércio representa cerca de 2,3 mil milhões de euros por dia”, disse a chefe do executivo europeu.

“A maior parte do nosso comércio de bens e serviços continua a ser mutuamente benéfico”, mas “é urgente reequilibrar as relações entre a União Europeia (UE) e a China com base em transparência, previsibilidade e reciprocidade” e “a nossa futura estratégia para a China deve ser a redução dos riscos económicos”.

Na China, Macron anunciou a abertura de uma nova fábrica de aviões da Airbus e vendeu helicópteros da marca. Terá sido um negócio de valor.

Han Zheng, o vice de Xi, até há pouco tempo responsável pelas relações com Hong Kong, vem a Portugal, que também é um país bastante amigo, e de longa data. A todos os níveis.

Nas últimas horas, pode ter contactado, ainda que informalmente, com o Presidente da República português, Marcelo Rebelo de Sousa. Ambos estiveram em Londres para assistir à coroação do Rei Carlos III.

Cá, Han terá reuniões de alto nível com líderes das autoridades portuguesas (governo e Presidência da República) e com representantes empresariais. Os encontros estão concentrados na segunda e terça-feira.

Tendo em conta a parceria que existe, ainda há terreno para desbravar. A China quer investir mais em Portugal. Além das participações que já detém em muitas empresas de calibre, há outros sectores nos quais tenciona solidificar a sua presença.

Nos portos marítimos nacionais (Sines), por exemplo. São uma via prioritária para consolidar a chamada Nova Rota da Seda, uma estratégia de conexão económica e comercial global iniciada por Pequim em 2013.

Segundo o Ministério da Economia (GEE – Gabinete de Estratégia e Estudos), que analisou os dados oficiais do Instituto Nacional de Estatística (INE), em 2022, Portugal comprou à China 5,5 mil milhões de euros em mercadorias, o equivalente a 5,1% do total das importações nacionais. Como referido, passou a Holanda e quer continua a subir no ranking.

Nas exportações, também em 2022, a posição da China ainda é relativamente baixa (é o 19º maior cliente), com 629 milhões de euros em compras às empresas portuguesas. Vale 0,8% do total. Mas há planos para subir no ranking.

Um dos vectores para o Portugal exportador é, como referido, o turismo. Actualmente, já com o levantamento decretado pela China, em Março, de restrições a viagens aos seus nacionais, o número de turistas chineses disparou.

Antes da pandemia, segundo o Turismo de Portugal, mais de 385 mil chineses visitaram Portugal em 2019. A estimativa diz que estes gastaram, no total, 224 milhões de euros no país, um crescimento de 20%, face a 2018.

Como referido, a ideia agora é duplicar o número de visitas anuais, para um milhão de turistas vindos da China, ou mais.

Empresas portuguesas de capital chinês

Seja através de entidades estatais, seja através da Fosun, um grupo privado, a China está presente em várias empresas estratégicas portuguesas, muitas delas cotadas em bolsa, como BCP, EDP, EDP Renováveis, REN, Mota-Engil, Martifer, Inapa, Reditus, entre outras.

“A Fosun, uma holding cotada em Hong Kong, integrada num dos mais reputados grupos privados de investimento chineses, é o accionista maioritário da Fidelidade”, diz a antiga seguradora da CGD.

A holding é ainda accionista de referência do Grupo Luz Saúde, que tem vários hospitais privados a operar em Portugal.

Os chineses ficaram também com o negócio do antigo BES Investimento, que hoje se chama Haitong Bank, na sequência da falência do BES.

São muitos nomes e muitos serão falados na visita oficial do vice chinês, quatro anos depois do chefe de Estado chinês Xi ter vindo a Portugal.

Luís Reis Ribeiro é jornalista do Dinheiro Vivo

D.N.
Luís Reis Ribeiro
07 Maio 2023 — 07:01


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5: Vice-presidente chinês visita Lisboa a partir de 7 de Maio

 

– Que vem este tipo fazer a Portugal? Vem planear mais esquadras de polícia no país para espiar os dissidentes chineses? 🇨🇳 Xi-na, amiga “de peito” dos russonazis 🇷🇺 ,  um país de ditadura comuna repressiva, sem liberdade de imprensa, de pensamento, de reunião?

🇨🇳 CHINA // DITADURAS // REPRESSÃO // VISITA

Antes da visita a Portugal, Han Zheng é esperado em Londres para assistir à coroação de Carlos III.

Han Zheng.
© NOEL CELIS / AFP

O vice-presidente da China, Han Zheng, vai visitar Lisboa entre 07 e 10 de maio, após representar Pequim na cerimónia de coroação do Rei Carlos III no Reino Unido, confirmou esta terça-feira à Lusa uma fonte oficial do Governo.

A notícia da deslocação de Han Zheng a Lisboa foi avançada pelo semanário Expresso. Contactado pela Lusa, o executivo português confirmou a visita do alto representante chinês, mas sem adiantar pormenores sobre os motivos da deslocação e a respectiva agenda.

Antes da visita a Portugal, Han Zheng é esperado em Londres para assistir à coroação de Carlos III, de acordo com fontes britânicas citadas pelo jornal digital Politico e pelo diário The Telegraph.

Recentemente designado pelo Presidente chinês, Xi Jinping, como seu vice, Han já pertencia ao Governo e era responsável do partido no poder pelos assuntos de Macau e Hong Kong em 2019, quando manifestações contra limitações de direitos civis foram fortemente reprimidas pelas autoridades na antiga colónia britânica, arrefecendo as relações entre Londres e Pequim.

Foi o ​​​​​​​vice-Presidente antecessor, Wang Qishan, que representou Xi Jinping no funeral da Rainha Isabel II, em Setembro passado.

D.N.
DN/Lusa
02 Maio 2023 — 18:32

28.04.2023


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🇨🇳 China usa proibições de saída para “intimidar jornalistas estrangeiros”

 

🇨🇳 CHINA // DITADURA // REPRESSÃO // JORNALISMO

Desde 2018, houve pelo menos quatros casos de jornalistas estrangeiros “alvo de ou ameaçados com proibições de saída”, incluindo correspondentes das televisões públicas inglesa BBC e australiana ABC, disse a ONG Safeguard Defenders.

© Lillian SUWANRUMPHA / AFP

A China tem aumentado o uso das proibições de saída do país, nomeadamente para “intimidar jornalistas estrangeiros”, de acordo com um relatório divulgado esta terça-feira por um grupo de defesa dos direitos humanos.

Desde 2018, houve pelo menos quatros casos de jornalistas estrangeiros “alvo de ou ameaçados com proibições de saída”, incluindo correspondentes das televisões públicas inglesa BBC e australiana ABC, disse a Safeguard Defenders.

A organização não-governamental (ONG), com sede em Madrid, disse acreditar que a potencial aplicação de proibições de saída a jornalistas faz parte da “diplomacia de reféns de Pequim, uma retaliação contra ou uma táctica para obter concessões de um governo estrangeiro”.

Em outros casos, “familiares são frequentemente mantidos como reféns na China com proibições de saída para forçar” o regresso de suspeitos de crimes económicos ou de activistas políticos, incluindo defensores dos direitos humanos, referiu o relatório.

A Safeguard Defenders deu como exemplo Daniel Hsu e os irmãos Cynthia e Victor Liu, cidadãos norte-americanos que foram impedidos de sair da China durante vários anos “para forçar os seus pais, suspeitos de crimes económicos”, a regressar ao país.

“Dezenas de estrangeiros estão também a ser impedidos de deixar a China se trabalharem para uma empresa envolvida numa disputa civil”, disse o grupo.

O empresário irlandês Richard O’Halloran foi impedido de deixar a China durante mais de três anos, entre 2019 e 2022, “embora ele nem estivesse a trabalhar para a empresa quando a disputa [comercial] começou”, referiu o relatório.

A Safeguard Defenders acredita que “dezenas de milhares de pessoas na China” estão impedidas de sair do país. “Muitas dessas proibições de saída são ilegítimas e violam o princípio da liberdade de movimento”, disse o grupo.

Em 2021, o activista Guo Feixiong foi impedido, já no aeroporto, de deixar a China para ver a esposa, Zhang Qing, que tinha sido hospitalizada nos Estados Unidos com cancro, “por motivos de segurança nacional”, disse a ONG.

Em Setembro, a Safeguard Defenders tinha também acusado a China de manter 54 esquadras de polícia clandestinas no estrangeiro, incluindo três em Portugal (Lisboa, Porto e Madeira).

A ONG disse que estes centros são utilizados para pressionar e ameaçar dissidentes, controlar fugitivos da China e procurar o seu regresso àquele país.

Na altura, a China reconheceu que mantém “esquadras de polícia de serviço” no estrangeiro, negando o exercício de “actividade policial”.

No final de Outubro, a Procuradoria-Geral da República garantiu estarem em curso investigações do Departamento Central de Investigação e Acção Penal ao caso do alegado funcionamento ilícito de “esquadras chinesas” em Portugal.

D.N.
DN/Lusa
02 Maio 2023 — 11:10

28.04.2023


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