229: Cientistas mataram pela primeira vez cancro cerebral agressivo com terapia quântica

 

⚕️ SAÚDE // ⚛👍TERAPIA QUÂNTICA // 🦀CANCRO

Uma equipa de cientistas desenvolveu uma técnica de terapia quântica para combater um cancro cerebral agressivo.

ZAP // NightCafe Studio
Se o gliobastoma é atacado com terapia quântica, o cancro está vivo, morto, ou vivo e morto?

Cientistas da Universidade de Nottingham, no Reino Unido, apresentaram uma técnica terapêutica quântica, que usa um spray para combater o glioblastoma – um cancro cerebral agressivo responsável por mais de 10.000 mortes anualmente nos EUA.

Esta terapia inovadora usa bio-nanoantenas — nano-partículas de ouro revestidas com moléculas redox-ativas.

Estas bio-nanoantenas, quando pulverizadas no local do tumor ao mesmo tempo que um campo eléctrico é aplicado, facilitam a sinalização quântica a nível celular, levando à morte das células do glioblastoma.

O estudo foi apresentado num artigo publicado esta quinta-feira na Nature Nanotechnology.

“Estas antenas transformam o campo eléctrico num evento biológico, desencadeando processos como a apoptose — a morte celular programada”, explica ao Interesting Engineering o autor principal do estudo, Frankie Rawson.

Considerando a natureza invasiva do glioblastoma, em que suas células se espalham para os tecidos cerebrais vizinhos, tornando-os quase impossíveis de remover totalmente através da cirurgia, esta técnica traz esperança.

Este tipo de tumores, quando atacados com tratamentos tradicionais — mesmo que agressivos — frequentemente regressam ao fim de algum tempo.

Após a aplicação do spray, as bio-nanoantenas são rapidamente absorvidas pelas células cancerígenas. A aplicação do campo eléctrico resulta numa transferência electrónica quântica do Citocromo c, pequena proteína heme ligada à bio-nanoantena.

Este efeito altera o estado redox da proteína e envia às células cancerígenas um sinal para que se auto-destruam, prolongando potencialmente a expectativa de vida do paciente. Notavelmente, apenas as células cancerígenas são afectadas, deixando as outras células cerebrais ilesas.

Este processo demonstra que os cientistas podem controlar campos electromagnéticos para despoletar fenómenos de mecânica quântica no campo da biologia.

Rawson realça que a diferença de reactividade aos campos eléctricos entre as células cancerígenas e as normais pode ser devida a alterações genéticas associadas à resposta ao stress agudo nas células cancerígenas.

“Sendo possivelmente o primeiro tratamento contra o cancro a aproveitar os efeitos da mecânica quântica, este pode ser o amanhecer de uma abordagem revolucionária ao tratamento de neoplasias”, conclui Rawson.

ZAP //
17 Setembro, 2023

 


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164: Cancro: passar de “porquê eu?” para “porque não também eu?” – o exemplo de António Sala

 

🦀CANCRO // HISTÓRIAS FORA DO NOSSO CONTROLO

Histórias Fora do Nosso Controlo é um livro e uma ferramenta pedagógica. Nenhuma das quatro histórias tem final feliz.

Reprodução / Facebook
António Sala e Maria de Luz Pedroso

António Sala e Maria da Luz Pedroso escreveram um livro intitulado Histórias Fora do Nosso Controlo.

Com prefácio de Marcelo Rebelo de Sousa, a obra reúne quatro histórias e um capítulo dedicado à sua exploração de forma pedagógica.

É um livro e, ao mesmo tempo, uma ferramenta pedagógica e solidária destinada a professores, educadores e todos os cidadãos que trabalham ou convivem com crianças que enfrentam desafios de saúde.

São histórias envolventes e tocantes – mas nenhuma tem final feliz.

Não é um livro “cor-de-rosa”. É uma obra que procura uma compreensão mais profunda das experiências das crianças que passam por problemas sérios de saúde. E tenta oferecer orientação prática para apoiar o seu bem-estar emocional e físico.

Todos os direitos de autor revertem a favor da Pedrinhas – Cooperativa de Solidariedade Social, uma organização sem fins lucrativos que apoia crianças com doenças oncológicas ou com outras doenças graves.

António Sala contou na RTP que este livro nasceu de um caso real: uma aluna com cancro, quando voltou à escola meses depois, estava careca; os colegas de turma começaram a gozar; a professora (Maria da Luz Pedroso, autora) queria reagir, contornar a situação – mas não encontrou material pedagógico para estes casos.

Por isso, o locutor inventou quatro histórias, nenhuma com final feliz “porque a vida é mesmo assim”.

O próprio António Sala já teve cancro. E deixou uma sugestão às pessoas que passem por uma situação grave: “Nunca me esqueço do que o meu oncologista disse: nunca pergunte a si próprio ‘porquê eu?’, que é uma pergunta normal; faça outra pergunta: ‘porque não também eu?’. Porque acontece a muita gente”.

O autor espera que este livro ajude a desmistificar algumas “sombras” à volta do cancro e “alertar para coisas boas que podem ser feitas”.

 Nuno Teixeira da Silva, ZAP //
20 Agosto, 2023


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