241: Maioria dos portugueses teme falta de água e alimentos no futuro

 

🇵🇹🏜️ ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS //🦯SONDAGEM

Nove em cada dez inquiridos pela Aximage afirma que as alterações climáticas são uma realidade comprovada e consideram que a crise climática é uma das maiores ameaças do século XXI.

Nove em cada dez portugueses não têm dúvidas de que a crise climática é uma realidade e uma das maiores ameaças do século XXI. A maioria acredita, também, que haverá escassez de água e de alimentos num futuro próximo. Estas são algumas das conclusões de uma sondagem feita pela Aximage para o DN, JN e TSF sobre as alterações climáticas.

O tema esteve em destaque na Cimeira da Ambição Climática, que decorreu esta semana em Nova Iorque. António Guterres, secretário-geral da Organização das Nações Unidas, considerou ser possível acelerar a “transição justa para uma economia global verde”.

Já o presidente da República revelou que Portugal vai “antecipar em quatro anos”, para 2026, o objectivo de atingir 80% de fontes renováveis na produção de electricidade. Em 2030, avançou também Marcelo Rebelo de Sousa, o país deverá atingir os 100%.

Para os portugueses, este é um tema que merece atenção. Pelo menos é isso que demonstram os dados do inquérito feito pela Aximage. De acordo com a sondagem, que tem por base 804 entrevistas, 90% dos portugueses afirmam que as alterações climáticas são uma realidade comprovada. A opinião é transversal às diferentes regiões do país, faixas etárias, género e classes sociais.

Em contrapartida, cerca de 8% manifestam dúvidas e consideram que as alterações climáticas são uma realidade por comprovar. Esta posição tem uma maior expressão na faixa etária entre os 18 e os 34 anos (12%) e entre os inquiridos que votaram no Chega nas últimas eleições legislativas (20%).

Fonte: Aximage, sondagem de Setembro de 2023.
© Infografia: JN

Questionados sobre o facto de a crise climática ser uma das maiores ameaças do século XXI, a maioria dos inquiridos concorda com a afirmação. Trata-se de 90% dos portugueses contra apenas 3% que discordam desta premissa. Já 7% não concordam nem discordam.

Preocupações

Olhando para um futuro próximo, mais de oito em cada dez inquiridos (83%) acreditam que haverá escassez de água. A preocupação estende-se dos mais novos aos mais velhos e abrange todas as zonas do país: Norte, Centro, áreas metropolitanas do Porto e de Lisboa, Sul e Ilhas.

Esmiuçando os dados pelo voto dos portugueses nas eleições legislativas de Janeiro de 2022, a sondagem revela que a maior percentagem de inquiridos com este receio votou na CDU e no PAN (96%).

Por outro lado, 13% das pessoas ouvidas recusam a ideia de que haverá falta de água no futuro. Esta opinião tem uma maior percentagem de concordância entre quem votou na Iniciativa Liberal (22%) e no CDS (38%) nas últimas legislativas.

A par da água, a falta de alimentos também é uma preocupação para a maioria dos inquiridos pela Aximage. Num futuro próximo, cerca de 71% dos portugueses temem a escassez de bens alimentares. Já mais de um quinto dos portugueses (22%) não acreditam nessa possibilidade e cerca de 7% não têm opinião.

Ficha técnica: ​​​​​​​Sondagem de opinião realizada pela Aximage para DN/JN/TSF. Universo: Indivíduos maiores de 18 anos residentes em Portugal. Amostragem por quotas, obtida a partir de uma matriz cruzando sexo, idade e região.

A amostra teve 804 entrevistas efectivas: 696 entrevistas online e 108 entrevistas telefónicas; 380 homens e 424 mulheres; 181 entre os 18 e os 34 anos, 210 entre os 35 e os 49 anos, 225 entre os 50 e os 64 anos e 188 para os 65 e mais anos; Norte 281, Centro 177, Sul e Ilhas 123, A. M. Lisboa 223.

Técnica: Aplicação online (CAWI) de um questionário estruturado a um painel de indivíduos que preenchem as quotas pré-determinadas para os indivíduos com 18 ou mais anos; entrevistas telefónicas (CATI) do mesmo questionário ao sub-universo utilizado pela Aximage, com preenchimento das mesmas quotas para os indivíduos com 50 e mais anos e outros. O trabalho de campo decorreu entre 14 e 18 de Setembro de 2023.

Taxa de resposta: 71,52%. O erro máximo de amostragem deste estudo, para um intervalo de confiança de 95%, é de +/- 3,5%. Responsabilidade do estudo: Aximage, sob a direcção técnica de Ana Carla Basílio.

marisa.silva@ext.jn.pt

DN
Marisa Silva
23 Setembro 2023 — 09:02


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142: Sem água da meia-noite às 7 da manhã. Medidas de urgência contra a seca em Espanha

 

– … e Espanha é já aqui ao lado…

🇵🇫 ESPANHA // 🥵🍂SECA // 💧ÁGUA // ✂️CORTES

A seca extrema é um problema especialmente grave em Espanha que está a enfrentar a terceira onda de calor excessivo do ano. A situação obriga a medidas de urgência e há cidades onde a água é cortada entre a meia-noite e as sete da manhã.

Luís Tosta / Wikipedia

Quase nove milhões de pessoas, em Espanha, já estão a sofrer com restrições ao consumo de água devido à seca que se verifica no país.

O número é avançado pelo jornal El País que refere que a Catalunha é a zona mais afectada, com cerca de 6,6 milhões de habitantes a viverem com limitações no uso de água.

Na Andaluzia, na fronteira com o Algarve e o Alentejo, há cerca de dois milhões de afectados, mas o problema chega a outras regiões.

Na Galiza, junto ao norte de Portugal, há municípios que proibiram o uso de água potável para actividades não essenciais, tais como regar jardins, encher piscinas ou lavar carros.

Em Badajoz, na fronteira com o distrito de Portalegre, “o consumo de água foi limitado a 189 litros por pessoa e por dia“, segundo o El País.

“Não é um aviso, o lobo já cá está”

Mas na cidade de El Borge, na região de Málaga que é banhada pelo Mediterrâneo, as medidas são ainda mais restritivas, com cortes de água todas as madrugadas, desde a meia-noite até às sete da manhã, “para dar tempo para que o depósito municipal se recupere” para poder abastecer a população durante o dia, como nota o El País.

“Isto é uma ruína, não é um aviso, o lobo já cá está”, alerta neste jornal o presidente da Câmara local, Raúl Vallejo, notando que o reservatório de água municipal está em mínimos históricos.

O corte no abastecimento de água durante a madrugada também se verifica em outras regiões, nomeadamente na Catalunha, onde “pelo menos 600 municípios” são afectados, segundo o El País.

A Península Ibérica está a ser afectada por ondas de calor intensas, com temperaturas superiores a 44 graus em várias localidades.

Espanha tem vivido especialmente este problema que agrava a crise da água. Mas Portugal também está a ser afectado pelo calor e pela seca extrema, em especial a região sul, nomeadamente o Algarve.

Em Junho passado, Portugal também anunciou restrições no consumo de água no sotavento algarvio.

Neste fim-de-semana, espera-se que o calor dê algumas tréguas. As temperaturas deverão começar a baixar – mas, ainda assim, vai continuar muito calor!

Susana Valente, ZAP //
12 Agosto, 2023


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137: Mundo bate recordes de temperatura. Afinal, quanto calor conseguem os seres humanos suportar?

 

🌡️ ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS // 🥵TEMPERATURAS

Quase 90% das mortes relacionadas com calor na Europa no verão passado ocorreram entre pessoas com 65 anos ou mais.

Perante os recordes de temperatura em todo o mundo, é imprescindível antecipar os limites de calor e humidade que o corpo humano pode suportar.

O termo científico internacional para medir essa capacidade de resistência é o “Índice de Bulbo Húmido Termómetro de Globo (IBUTG)” (“Wet Bulb Globe Temperature” – WBGT em inglês), que combina o cálculo do calor com o grau de humidade.

O “bulbo” é o depósito de mercúrio de um Termómetro tradicional, envolto em um pano Húmido, cuja evaporação serve para medir a temperatura húmida do ar.

O “globo” é uma esfera oca pintada de preto que, presa a um termómetro, serve para medir a radiação térmica.

Especialistas calculam, em média, que um jovem perfeitamente saudável morrerá após seis horas de exposição a uma temperatura IBUTG de 35ºC. Essa temperatura equivale a 35°C de calor a 100% de humidade, ou 46°C com 50% de humidade.

Nesse ponto crítico, o suor, a principal ferramenta do corpo para baixar a temperatura central, não consegue evaporar da pele, o que eventualmente leva à insolação, ao colapso dos órgãos internos e à morte.

Um IBUTG de 35°C foi atingido apenas algumas vezes, principalmente no sul da Ásia e no Golfo Pérsico, disse à AFP Colin Raymond, do Laboratório de Propulsão a Jacto da NASA.

Nenhum desses casos durou mais de duas horas, o que significa que nunca houve “fenómenos de mortalidade em massa” vinculados a esse limite de sobrevivência humana, disse Raymond, autor de um grande estudo sobre o assunto.

Mas o calor extremo não precisa de chegar nem perto desse nível para matar uma pessoa.

Episódios mais comuns

Todas as pessoas têm um limite diferente com base na idade, saúde e outros factores sociais e económicos, dizem os especialistas.

Por exemplo, estima-se que mais de 61 mil pessoas morreram devido ao calor do verão passado na Europa, onde raramente há humidade suficiente para criar perigosas “temperaturas de bulbo húmido”.

Mas à medida que as temperaturas continuam a subir (Julho foi o mais quente já registado), os cientistas alertam que os episódios de IBUTG também se vão tornar mais comuns.

A frequência desses eventos, no mínimo, dobrou nos últimos 40 anos, explica Raymond, que considera esse aumento uma consequência grave da alteração climática causada pelos humanos.

Raymond calcula que as temperaturas de bulbo húmido “vão exceder regularmente” os 35°C em várias partes do mundo nas próximas décadas se o mundo aquecer 2,5°C acima dos níveis pré-industriais.

Para testar esse limite, investigadores da Universidade Pública da Pensilvânia mediram as temperaturas centrais de pessoas jovens e saudáveis dentro de uma câmara térmica.

Os participantes atingiram o seu “limite ambiental crítico” quando os seus corpos não conseguiram evitar que a sua temperatura central subisse ainda mais, a um IBUTG de 30,6ºC.

Joy Monteiro, um investigador na Índia que no mês passado publicou um estudo na Nature a analisar as temperaturas de bulbo húmido no sul da Ásia, disse que a maioria das ondas de calor mortais da região estava bem abaixo do limite teórico de 35°C.

A resistência humana a essas temperaturas é “tremendamente diferente dependendo de cada pessoa”, disse à AFP.

Idosos são os mais vulneráveis

As crianças pequenas são menos capazes de regular a temperatura corporal, portanto estão em maior risco, disse. Mas são os idosos, que têm menos glândulas sudoríparas, os mais vulneráveis.

Quase 90% das mortes relacionadas com calor na Europa no verão passado ocorreram entre pessoas com 65 anos ou mais. As pessoas que precisam de trabalhar ao ar livre em altas temperaturas também correm maior risco.

Monteiro observa ainda que as pessoas sem acesso a casas de banho costumam beber menos água, o que provoca desidratação.

A sua investigação mostrou que o fenómeno climático El Niño elevou o IBUTG no passado. O actual El Niño, o primeiro em quatro anos, deve atingir o pico no final deste ano.

As temperaturas de bulbo húmido também estão intimamente relacionadas às temperaturas da superfície do oceano, disse Raymond.

Os oceanos do mundo atingiram a temperatura máxima histórica na semana passada, superando o recorde anterior de 2016, de acordo com o observatório climático da União Europeia.

DN/AFP
09 Agosto 2023 — 20:44


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132: Calor vai continuar, mas com temperaturas normais de Agosto

 

🇵🇹 PORTUGAL // 🥵 ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS // CALOR ⛱️

Risco de incêndio vai manter-se elevado em quase todo o país nos próximos dias. Governo decidiu, “para já”, não declarar Situação de Alerta devido aos fogos rurais.

O calor vai abrandar nos próximos dias, mas Portugal vai continuar com temperaturas de verão.
© Alfredo Cunha / Global Imagens

Portugal vai continuar a viver dias de tempo quente nos próximos dias, mas as temperaturas vão começar a descer, começando pelo litoral, para valores considerados habituais para o mês de Agosto, de acordo com informações recolhidas pelo DN junto do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

“Começa a ocorrer uma descida da temperatura no litoral já amanhã, em alguns locais a descida da temperatura máxima será até acentuada. Gradualmente, a situação do tempo quente vai-se restringindo apenas às regiões mais interiores do território do continente.

A partir de quinta-feira, só muito localmente é que deverá ocorrer aviso de temperatura quente, mais nos distritos do interior, nomeadamente Bragança e Castelo Branco”, explica a meteorologista Ângela Lourenço, adiantando que esta descida de temperatura será em média de quatro a seis graus de diferença, podendo chegar até aos 10 graus junto ao mar.

Quanto ao Algarve, nos próximos dois a três dias haverá também um alívio do calor, mas “para quinta-feira é possível que suba a temperatura, podendo vir a registar-se valores bastante elevados” e que podem superar os 35 graus.

De acordo com esta meteorologista do IPMA, “o litoral vai estar nos próximos dias mais ameno, com temperaturas típicas de Agosto, ou seja, temperaturas que podem ultrapassar pontualmente os 30 graus, mas já não se esperam valores como os registados no domingo ou esta segunda-feira.

No interior, a descida mais significativa poderá ser apenas na quinta-feira e, a partir daí, as temperaturas deverão estar também bastante mais próximas daquilo do que é normal para esta época do ano”.

Esta descida da temperatura reflecte-se também no nível de aviso por causa do calor. “Esta segunda-feira existia aviso vermelho para seis distritos – Castelo Branco, Santarém, Portalegre, Évora, Lisboa e Setúbal – mas para terça-feira espera-se apenas situações de nível laranja”, refere Ângela Lourenço.

De acordo com o IPMA, o aviso vermelho passa a laranja até ao final do dia de hoje em Évora, Santarém, Castelo Branco e Portalegre, sendo que nos distritos de Lisboa e Setúbal passará directamente para amarelo pelo menos durante esta terça-feira.

Em distritos como Viseu, Leiria e Coimbra, o aviso laranja passará de laranja para amarelo na quarta-feira, enquanto que em Bragança e Guarda o aviso laranja manter-se-á activo até ao final deste mesmo dia.

O mesmo não se passa com os níveis de risco de incêndio também divulgados pelo IPMA. Esta segunda-feira, mais de 120 concelhos do interior Norte e Centro, bem como os distritos de Beja e Faro, encontravam-se em perigo máximo de incêndio, sendo que no patamar de risco muito elevado estavam cerca de 60 concelhos dos distritos de Faro, Beja, Évora, Portalegre, Lisboa, Leiria, Aveiro, Viseu, Porto, Braga, Viana do Castelo, Vila Real e Bragança.

“Vamos ter aqui dois a três dias com o perigo de incêndio máximo muito elevado quase na generalidade do território, mas ao longo da semana poderá haver um desagravamento ligeiro nas zonas mais próximas do mar, mantendo-se elevado no interior ao longo de toda a semana”, adianta a mesma especialista do IPMA.

Combate aos fogos “está mostrar eficiência”

O ministro da Administração Interna disse esta segunda-feira que “para já” não vai ser declarada a situação de alerta devido aos incêndios rurais, tendo em conta a resposta do dispositivo ao combate e as condições meteorológicas.

“Quer pela resposta do dispositivo, quer pelo número de incêndios, quer pela alteração que parece ser positiva do movimento dos ventos e também porque tem havido, de ontem [domingo] para hoje [segunda-feira], uma relativa reposição da humidade nocturna, para já não vai ser determinada a situação de alerta”, afirmou José Luís Carneiro.

O ministro considerou, ao final da manhã, que os meios e o dispositivo de combate aos fogos estão “a mostrar eficiência”.

“O dispositivo está a conseguir demonstrar capacidade na resposta aos incêndios, apesar de termos tido dois grandes incêndios e de maior dimensão de área ardida”, disse, referindo-se aos fogos em Proença-a-Nova e Ourém.

ana.meireles@dn.pt

DN
Ana Meireles
07 Agosto 2023 — 21:40


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115: Calor coloca mais de 50 concelhos em perigo máximo de incêndio

 

🌡️ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS // 🥵CALOR // INCÊNDIOS 🔥

O aumento da intensidade do vento é o principal motivo deste alerta do IPMA.

Mais de 50 concelhos do interior Norte e Centro, Alto Alentejo e do Algarve estão esta segunda-feira em perigo máximo de incêndio, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Em perigo muito máximo de incêndio estão 54 concelhos dos distritos de Bragança, Guarda, Viseu, Castelo Branco, Santarém Portalegre e Faro.

Com perigo muito elevado, estão cerca de 90 concelhos dos distritos de Faro, Beja, Évora, Lisboa, Santarém, Leiria, Coimbra, Viseu, Portalegre, Castelo Branco, Guarda, Bragança, Vila Real e Porto.

O IPMA colocou ainda em perigo elevado de incêndio dezenas de outros concelhos dos distritos de Braga, Porto, Vila Real, Aveiro, Leiria, Santarém, Lisboa, Setúbal, Portalegre, Évora, Beja e Faro.

O risco de incêndio determinado pelo IPMA tem cinco níveis, que vão de reduzido a máximo e os cálculos são obtidos a partir da temperatura do ar, humidade relativa, velocidade do vento e quantidade de precipitação nas últimas 24 horas.

Desde o início do ano, as mais de 5.112 ocorrências de fogo já afectaram mais de 10.500 hectares de espaços rurais.

O IPMA prevê para hoje no continente uma pequena subida da temperatura no interior Centro e Sul e vento por vezes forte na faixa costeira ocidental a sul do Cabo da Roca, no barlavento algarvio e nas terras altas a partir da tarde.

Por causa do aumento da intensidade do vento, a Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC) lançou no domingo um aviso à população devido ao agravamento do risco de incêndio rural, apelando para que sejam tomadas medidas preventivas.

As medidas principais – de acordo com as disposições legais em vigor – passam pela proibição de fazer queimadas extensivas sem autorização e, nos dias de risco de incêndio muito elevado e máximo, é proibido fazer queima de amontoados sem autorização por comunicação prévia às autoridades.

É igualmente proibido utilizar fogo para a confecção de alimentos em todo o espaço rural, salvo se usados fora das zonas críticas e nos locais devidamente autorizados para o efeito”, e é proibido “fumigar ou desinfestar em apiários excepto se os fumigadores tiverem dispositivos de retenção de faúlhas”.

Quanto às temperaturas, as mínimas vão oscilar hoje entre os 12º Celsius (Viseu) e os 22ºC (Faro) e as máximas entre os 23ºC (Viana do Castelo e Porto) e os 35ºC (Castelo Branco).

DN/Lusa
31 Julho 2023 — 07:07


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111: Depois da era do aquecimento global, Terra chegou à era da ebulição. Entenda!

 

ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS // AQUECIMENTO GLOBAL

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) anunciou que a era do aquecimento global terminou, para dar lugar à “era da ebulição global”.

António Guterres mostrou-se preocupado e alertou para a necessidade de o mundo mexer todos os cordelinhos de que dispõe para resolver este problema.

Independentemente do termostato de cada um, os especialistas partilharam que o mês de Julho terá sido o mais quente de sempre.

De acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM) e o programa de observação da Terra da União Europeia, o Copernicus, este mês, as temperaturas globais bateram recordes preocupantes.

Numa conferência de imprensa, o secretário-geral da ONU, António Guterres, não tardou em lamentar que “a era do aquecimento global terminou; a era da ebulição global chegou”.

A humanidade está na berlinda. Para vastas zonas da América do Norte, Ásia, África e Europa, este é um verão cruel. Para todo o planeta, é um desastre. E para os cientistas, é inequívoco: a culpa é dos humanos.

Tudo isto é inteiramente consistente com as previsões e os repetidos avisos. A única surpresa é a velocidade da mudança. As alterações climáticas estão aqui, são aterradoras, e estão apenas a começar.

Como já vem sendo seu apanágio, o secretário-geral da ONU dirigiu-se aos governos, alertando os políticos para a necessidade urgente de medidas:

O ar é irrespirável, o calor é insuportável e o nível de lucros dos combustíveis fósseis e a inacção climática são inaceitáveis. Os líderes têm de liderar. Não há mais hesitação, não há mais desculpas, não há mais espera que os outros actuem primeiro. Simplesmente não há mais tempo para isso.

Segundo explicou, “ainda é possível limitar o aumento da temperatura global a 1,5 °C [acima dos níveis pré-industriais] e evitar o pior das alterações climáticas”.

Para isso, contudo, é imprescindível “uma acção climática dramática e imediata”. Apesar dos progressos a que temos assistido, na perspectiva do português, “nada disso está a ir suficientemente longe ou a ser suficientemente rápido”.

António Guterres, secretário-geral da ONU, durante uma conferência de imprensa, ontem, 27 de Julho de 2023

Para Petteri Taalas, secretário-geral da OMM, “a necessidade de reduzir as emissões de gases com efeito de estufa é mais urgente do que nunca”; “a acção climática não é um luxo, mas uma obrigação”.

Fonte: The Guardian

Pplware
Autor: Ana Sofia Neto
28 Jul 2023


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Estudo indica que vagas de calor seriam “praticamente impossíveis” sem alterações climáticas

 

🌎ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS // 🌡️CALOR

World Weather Attribution indica que ondas de calor “já não são acontecimentos excepcionais” e as que ocorrem “serão ainda mais intensas e mais frequentes se as emissões [de gases com efeito de estufa] não forem reduzidas rapidamente”.

© Reinaldo Rodrigues/Global Imagens

Um estudo, divulgado esta terça-feira, concluiu que sem as alterações climáticas, as actuais vagas de calor na Europa e nos Estados Unidos teriam sido “praticamente impossíveis”.

Mais de 50 graus no Vale da Morte, nos Estados Unidos, um recorde histórico de 45,3°C na Catalunha [Espanha], mais de 43°C em Phoenix [EUA] nos últimos 24 dias: sem as alterações climáticas, estas vagas de calor teriam sido “praticamente impossíveis” na Europa e nos Estados Unidos, indicou a rede científica World Weather Attribution (WWA).

A WWA, que avalia a relação entre os fenómenos meteorológicos extremos e as alterações climáticas, considerou igualmente que as alterações climáticas tornaram a vaga de calor na China “pelo menos 50 vezes mais provável”.

Estas ondas de calor “já não são acontecimentos excepcionais” e as que ocorrem “serão ainda mais intensas e mais frequentes se as emissões [de gases com efeito de estufa] não forem reduzidas rapidamente”, concluíram os investigadores.

Embora fenómenos naturais, como os anticiclones e o ‘El Niño’, possam contribuir para desencadear estas ondas de calor, a subida “das temperaturas globais devido à queima de combustíveis fósseis é a principal razão pela qual são tão graves”, sublinhou a WWA.

Para chegar a estas conclusões, os autores do estudo – sete cientistas dos Países Baixos, do Reino Unido e dos Estados Unidos – utilizaram dados meteorológicos históricos e modelos climáticos para comparar o clima actual e o aquecimento global de 1,2 graus com o que era no passado.

Estes resultados foram publicados sem passar pelo longo processo de uma revisão por pares, mas combinam métodos já aprovados pelos pares.

Os cientistas prestaram especial atenção aos períodos em que o calor foi “mais perigoso”, ou seja, de 12 a 18 de Julho no sul da Europa, de 01 a 18 de Julho no oeste dos Estados Unidos, Texas e norte do México, e de 05 a 18 de Julho no centro e leste da China.

Os responsáveis salientaram que o aquecimento global está a agravar a intensidade das temperaturas: com o aquecimento global, as ondas de calor na Europa são 2,5°C mais quentes, as da América do Norte são 2°C mais quentes e as da China são 1°C mais quentes, indicou a WWA.

De acordo com a NASA e o observatório europeu Copernicus, este mês “deverá tornar-se no Julho mais quente de que há registo”.

“No passado, estes acontecimentos teriam sido aberrantes. Mas, no clima actual, podem ocorrer aproximadamente de 15 em 15 anos na América do Norte, de 10 em 10 anos no sul da Europa e de cinco em cinco anos na China”, explicou Mariam Zachariah, cientista do Imperial College de Londres, que contribuiu para o estudo, num briefing telefónico.

Estas ondas de calor “tornar-se-ão ainda mais frequentes e ocorrerão de dois em dois ou de cinco em cinco anos” se o aquecimento global atingir os 2ºC, “o que poderá acontecer dentro de cerca de 30 anos, a menos que todos os países signatários do Acordo de Paris implementem plenamente os actuais compromissos para reduzir rapidamente as emissões”, acrescentou.

Este início de verão “pode tornar-se a norma (…) e até ser considerado fresco se não atingirmos a neutralidade carbónica”, sublinhou a climatologista britânica Friederike Otto.

Na opinião de Otto, “os resultados deste estudo de atribuição não são uma surpresa. (…) De um ponto de vista científico, é até irritante, porque apenas confirma o que previmos. Mas o que não prevíamos era o quão vulneráveis somos aos efeitos do aquecimento global. Porque ele mata pessoas”, insistiu.

No entanto, “estas ondas de calor não são a prova de um ‘aquecimento global descontrolado’ ou de um ‘colapso climático’. Ainda temos tempo” para inverter a situação, disse a cientista.

“Precisamos urgentemente de parar de queimar combustíveis fósseis e trabalhar para reduzir as nossas vulnerabilidades. Se não o fizermos, dezenas de milhares de pessoas continuarão a morrer”, afirmou Otto, que considera “absolutamente essencial” que a legislação internacional sobre a eliminação progressiva dos combustíveis fósseis seja adoptada na 28.ª Conferência da ONU sobre o Clima (COP), no Dubai, em Novembro.

DN/Lusa
25 Julho 2023 — 07:27


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