Doença afecta pelo menos 50 mil pessoas em Portugal
A Liga Portuguesa Contra a Epilepsia (LPCE) inicia, no dia 9 de Março, uma campanha de sensibilização nacional para os problemas causados pela doença, que afecta mais de 50 mil pessoas em Portugal.
“O grande objectivo desta campanha é ajudar a uma desmistificação social da epilepsia”, disse hoje à agência Lusa o presidente da LPCE, Francisco Sales.
O neurologista realçou que estão associadas à epilepsia “questões muito específicas”, o que “faz com que as pessoas não se sintam à vontade para lidar com a doença”.
Segundo Francisco Sales, “existe um estigma e um peso histórico de 4 000 anos” relativamente às pessoas que padecem deste problema de saúde.
Quanto ao impacto da doença na sociedade e no Serviço Nacional de Saúde, designadamente ao nível dos custos financeiros, o presidente da LPCE disse que “não há nenhum estudo económico sobre a epilepsia” em Portugal.
Designada “Viver com epilepsia… como sair da escuridão”, a iniciativa da LPCE, promovida em parceria com a Associação Portuguesa de Familiares, Amigos e Pessoas com Epilepsia – EPI, será apresentada no dia 9, durante um sarau, em Coimbra.
Esta campanha “visa a desestigmatização social da doença e a disseminação de informações úteis, para o público em geral, sobre como lidar com a epilepsia”.
A epilepsia é uma doença neurológica que afecta pelo menos 50 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais 50 a 70 mil em Portugal.
“Ao longo dos tempos, as pessoas com epilepsia têm sido confrontadas com sentimentos de medo, discriminação e estigma, principalmente devido à falta de informação”, diz uma nota da Liga Portuguesa Contra a Epilepsia, uma organização científica que reúne médicos e outros técnicos.
A iniciativa integra-se na campanha mundial ‘Epilepsia fora das sombras’, lançada por três organizações: a Liga Internacional contra a Epilepsia (ILAE), o International Bureau for Epilepsy (IBE) e a Organização Mundial da Saúde (OMS).
A campanha educativa nacional inclui a “realização de vídeos de sensibilização acerca dos diferentes tipos de crises e suas implicações sociais em diversos contextos de vida diária”, além de “filmes educativos” sobre a epilepsia.
Outras acções previstas são a participação na campanha internacional ‘Stand Up for Epilepsy’, através de várias sessões de fotografia com atletas de diferentes modalidades e pessoas que têm a doença, e a realização de uma exposição multimédia itinerante.
A campanha “Viver com epilepsia… como sair da escuridão” foi apresentada aos jornalistas esta tarde, em Coimbra, numa conferência de imprensa em que também foi divulgado o sarau cultural do dia 9 de Março.
In Correio da Manhã online
27/02/2012 | 17h32