Prevenir // Saúde e Medicina
Uma doença de pele não contagiosa que afecta 250 mil portugueses
Para além de todos os sintomas físicos que envolve, a psoríase também tem um forte impacto a nível familiar, social, profissional, emocional e psicológico dos doentes, razão pela qual se torna importante conhecê-la para lutar contra o preconceito a ela associado.
Trata-se de uma doença crónica da pele, não contagiosa, que pode surgir em qualquer idade.
Caracteriza-se, geralmente, pelo aparecimento de lesões vermelhas, espessas e descamativas, que afectam sobretudo os cotovelos, os joelhos, a região lombar e o couro cabeludo.
No entanto, tanto o aspecto, como a extensão, a evolução e a gravidade das lesões variam bastante de doente para doente, sendo que, nos casos mais graves, podem cobrir extensas áreas do corpo.
A psoríase também pode aparecer à volta e debaixo das unhas, que aumentam de espessura e se deformam.
Tipos de psoríase
Existem diversos tipos de psoríase, classificados de acordo com o seu aspecto clínico. Os mais importantes são:
Psoríase em placas (ou psoríase vulgar)
É o tipo mais comum de psoríase e apresenta lesões com relevo, vermelhas e cobertas por uma escama prateada. As lesões surgem nos cotovelos, joelhos, região lombar e couro cabeludo, embora possam afectar qualquer área do corpo.
Psoríase gutata
É menos frequente que a psoríase em placas e afecta sobretudo crianças e jovens. Normalmente, aparece de forma súbita, e apresenta lesões de dimensões diminutas (em forma de gota) que ocupam áreas extensas do tronco e membros. Pode desaparecer definitivamente depois do primeiro episódio ou evoluir para psoríase vulgar.
Psoríase inversa
Assim designada por causa da localização inversa das lesões, este tipo de psoríase manifesta-se nas axilas, virilhas e região infra-mamária.
Ao contrário dos outros tipos, as lesões não têm escama evidente, o que pode dificultar o diagnóstico.
Psoríase eritrodérmica
Neste tipo de psoríase, a pele de toda a superfície corporal adquire um aspecto vermelho e inflamado. Tem um elevado risco de complicações, o que a torna muito grave.
Psoríase com pústulas
Algumas formas de psoríase caracterizam-se pelo aparecimento de pequenas bolhas com pus (pústulas):
Pustulose palmo-plantar
É a mais comum e as suas lesões surgem nas palmas das mãos e nas plantas dos pés sobre um fundo avermelhado, por vezes com descamação abundante e fissuras dolorosas. Esta forma de psoríase é de difícil tratamento e pode ter uma evolução crónica com surtos de agravamento.
Psoríase pustulosa de von Zumbusch
Forma rara e grave que surge subitamente ou como consequência do agravamento de uma psoríase em placas. Ao contrário das restantes formas de psoríase, é acompanhada de sintomas gerais (febre, mau estar, …) e tem um risco elevado de complicações, algumas delas potencialmente fatais.
Quais as suas causas?
A origem da psoríase não é totalmente conhecida. Contudo, sabe-se que é influenciada por factores genéticos e que envolve alterações no funcionamento do sistema imunitário, que provocam inflamação e aumento da velocidade de renovação das células da epiderme.
Apesar de ser geneticamente determinada não quer dizer que a hereditariedade de pais para filhos seja obrigatória. No entanto, a probabilidade da doença surgir é maior em pessoas com familiares portadores da mesma.
Como se diagnostica?
Inicialmente, pode ser difícil para o especialista diagnosticar psoríase, uma vez que pode ser confundida com outras doenças cutâneas que também se manifestem através de lesões avermelhadas e descamativas e que possam afectar as zonas típicas da psoríase.
O diagnóstico, deve, por isso, ser feito por um dermatologista que, à medida que a doença avança, consegue reconhecer o seu padrão de escamação característico. Para confirmar o diagnóstico, o especialista pode recorrer a uma biópsia de pele.
Qual o tratamento?
Apesar de não existir uma cura definitiva para a psoríase, existe um conjunto de tratamentos que, utilizados isoladamente ou em associação, aliviam e controlam os seus sintomas. Como a doença varia bastante entre doentes, as terapêuticas devem ser escolhidas e utilizadas criteriosamente, após observação do especialista, que deverá indicar o melhor tratamento para a fase de evolução apresentada pelo paciente.
Terapêuticas Tópicas (aplicação de loções, cremes ou pomadas):
– Emolientes e queratolíticos
– Corticosteróides tópicos
– Análogos da vitamina D
Sol
A exposição à radiação ultravioleta (helioterapia) induz uma melhoria na maioria dos casos. No entanto, esta deverá ser feita com moderação, uma vez que as queimaduras solares agravam a psoríase.
Fototerapia
Exposição da pele a fontes artificiais de luz ultravioleta em sessões regulares, com doses adequadas a cada doente.
Medicamentos sistémicos (via oral ou injectáveis)
São usados nos casos mais graves ou resistentes ao tratamento e devem ser atentamente acompanhados pelo especialista.
Retinoides
Normalizam a proliferação e diferenciação das células da epiderme.
Metotrexato e ciclosporina
Interferem com mecanismos inflamatórios e imunitários na base da doença.
Agentes biológicos
Actuam selectivamente sobre determinados componentes do sistema imunitário. Representam a área em que se verificaram os progressos mais recentes.
Para mais informações:
PSOPortugal – Associação Portuguesa da Psoríase
Rua Alberto Sousa, nº6, Zona B do Rego – Lisboa
Telefone: 217 978 201
www.psoportugal.com
info@psoportugal.com
Valerá a pena ir ao estrangeiro tratar a psoríase? Leia a resposta do dermatologista Fernando Guerra aqui.
Texto: Madalena Alçada Baptista
Revisão científica: Associação Portuguesa da Psoríase – PSOPortugal
Metotrexato e ciclosporina
Interferem com mecanismos inflamatórios e imunitários na base da doença.
Agentes biológicos
Actuam selectivamente sobre determinados componentes do sistema imunitário. Representam a área em que se verificaram os progressos mais recentes.
Para mais informações:
PSOPortugal – Associação Portuguesa da Psoríase
Rua Alberto Sousa, nº6, Zona B do Rego – Lisboa
Telefone: 217 978 201
www.psoportugal.com
info@psoportugal.com
Valerá a pena ir ao estrangeiro tratar a psoríase? Leia a responsta do dermatologista Fernando Guerra aqui.
Texto: Madalena Alçada Baptista
Revisão científica: Associação Portuguesa da Psoríase – PSOPortugal
In Sapo Lifestyle
29/10/2014
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